terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Águas Quentes

Uma das atracções do Cuanza Sul é a nascente de água quente da Conda.
Não sei que expectativas eu tinha, mas quando cheguei e vi um cano a deitar água para um tanque de cimento... confesso que fiquei um bocado desiludido.
Valeu sem dúvida pela viagem até lá...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Quicombo

Quicombo, na foz do rio Cubal, teve um papel importante na evolução da História:
Quando Portugal foi governado pelos Filipes, os Holandeses aproveitaram-se da situação e ocuparam as cidades portuguesas na costa ocidental africana.
Os portugueses tiveram de fugir de Luanda e de outras cidades para o interior.
Foi a partir de Quicombo que, em 1648, 8 anos depois da "restauração", Salvador Correia conseguiu expulsar os Holandeses de Luanda.

Ah! Muito importante também: tem praia!

Rio Cubal

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Pontes

40 anos consecutivos de guerra só podem ter péssimas consequências.
Uma delas é o estado mínimo a que chegaram algumas das infra-estruturas.
No caso deste post refiro-me às pontes.

É que em muitas delas é preciso pensar duas vezes antes de passar.
Limitam-se a umas chapas metálicas em cima de uns pilares de uma ponte antiga.
A técnica é simples: velocidade mínima, suster a respiração e ... esperar que nada aconteça.

Quedas de água da Binga

Primeira deslocação ao interior e logo uma surpresa: Quedas de água da Binga, no Rio Queve.

Cuba

A relação de Angola com Cuba está ainda muito presente.
Ainda nestes dias inauguraram um monumento no Sumbe de homenagem aos cubanos que por cá andaram.
Durante anos Cuba apoiou militarmente Angola (e o MPLA) na luta contra a UNITA e contra a invasão Sul-Africana do regime do apartheid: a chamada "Operação Carlota".
O grande feito militar das tropas cubanas foi a batalha do Cuito Cuanavale, no sul, em 1988.

Hoje em dia a presença cubana faz-se de outra forma bem mais pacífica: Educação e Saúde.
Existem inúmeros médicos e professores cubanos a trabalhar em Angola.

Rios

Como eu já disse num post anterior, a paisagem do litoral repete-se na poeira da sua aridez.
A grande excepção são os rios e as suas margens.
Passa-se o Kwanza, o Longa, o Queve, o Cubal e os outros e a monotonia quebra-se: são verdadeiras explosões de vida e alegria.
Crianças a tomar banho, mulheres a lavar roupa, vozes a cantar e a falar alto, agricultura e verde, muito verde.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Pescarias

Quando se fala das riquezas de Angola, há normalmente uma que fica esquecida: a pesca.
Toda a costa angolana é rica em várias espécies de peixe.
Nas terras onde tenho passado é este o verdadeiro sustento de muitas famílias.
Pesca completamente artesanal. Pura e dura.
Nada de grandes indústrias ou tecnologias.
Arranjar as redes, ir ao mar, amanhar o peixe, pô-lo a secar, e procurar quem compre.
Vidas duras.
Uma diferença grande em relação ao que eu já conhecia é o processo de secar o peixe.
É compreensível que se seque o peixe: com tanta dificuldade em ter energia eléctrica (e em ter o próprio frigorífico) esta é a melhor forma de o conservar.
Em todas as terras se conseguem ver os grandes tabuleiros cobertos de peixe... ao sol (alguém se lembra da história do João Pateta?).
Um dos pratos típicos que leva peixe seco é o kalulu.
Tenho de experimentar.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Sumbe

Sumbe é a capital da província do Cuanza Sul.
Disseram-me que o nome vem da palavra "kusumba", que significa qualquer coisa como "comércio" em quimbundo, a língua local.
Até 1975 chamou-se Novo Redondo.
Sendo o Sumbe perto do mar, a única parecença com o Alentejo que consigo identificar é a sua pacatez e a simatia das suas gentes.

A cidade é pequena e consegue-se visitar rapidamente a pé.
Como noutras cidades angolanas, as poucas ou nenhumas construções recentes dão-lhe o seu encanto, fazendo com que algumas ruas pareçam saídas directamente dos anos 60.

Refira-se que o fornecimento de electricidade é ainda bastante instável e a cidade toda passou praticamente dois dias inteiros sem luz devido a uma falha de abastecimento.
Para quem está de passagem, valeu pela experiência... mas viver assim...

Porto Amboim

Porto Amboim: primeira verdadeira escala na viagem.
Cidade pequena, onde os relógios parecem ter parado há uns tempos atrás.

Já se chamou Benguela e Benguela Velha (depois da criação da "nova" Benguela, mais a sul).

A história da cidade liga-se de forma umbilical ao Caminho de Ferro do Amboim.
Nos anos 20-30, quando as estradas e os automóveis eram uma alternativa pouco fiável, foi construída a linha do combóio para expedir os produtos agrícolas (sobretudo o café) produzidos mais no interior (no Amboim).
Porto Amboim era a estação terminal e o porto marítimo: o Porto do Amboim.
Pela sua importância e para evitar confusões com o nome de Benguela, é a própria companhia dos caminhos de ferro que solicita a alteração do nome da cidade para Porto Amboim.

Hoje em dia não há porto nem combóio, mas Porto Amboim continua lá.

Embondeiros

A paisagem repete-se ao longo desta parte inicial da viagem.
Terra acastanhada e vegetação dispersa.
Impõem-se os cactos-candelabro e os embondeiros.

Os embondeiros são árvores imponentes e diferentes.
Parece que têm a raiz virada para o céu.

Há uma lenda que diz que era uma árvore como as outras mas, por ser vaidosa e estar sempre a gabar a sua magnífica folhagem, foi castigado pelos deuses, que o virou de pernas para o ar, enterrando a folhagem e deixando de fora apenas as raízes.

Rio Kwanza

Continuando para sul: o rio Kwanza.
Ou Quanza, ou Cuanza, ou Kuanza, ou Coanza, ou ...
Acho que ainda não há uma grafia uniforme para o nome.
Aliás, é sempre uma confusão com K, Q, C e com os W e U.
O rio tem o azar de ter as duas dúvidas no nome.
Os mais matemáticos podem-se divertir a calcular quantas combinações são possíveis para escrever o nome. Não é difícil.

É o maior rio inteiramente angolano.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Miradouro da Lua

Quem sai de Luanda para Sul, o Miradouro da Lua é a primeira paragem obrigatória.
O nome é bonito.
A paisagem é lunar.

O Desterrado está de volta

Passado já algum tempo sobre as últimas aventuras, o Desterrado está de volta.
Desta vez Angola.
Uma viagem aos quatro cantos deste imenso País.
Nos próximos tempos muitas histórias irão ser contadas por aqui.